Você já ouviu falar em Espondilite Anquilosante?
Publicado em: 29/10/2020, 11:39
A espondilite anquilosante é uma doença reumática crônica caracterizada pela inflamação das articulações, que ainda não tem cura conhecida.
Sabe-se que a espondilite anquilosante (E.A.) manifesta-se mais comumente no sexo masculino, sendo 4 a 5 vezes mais frequentes nos homens que nas mulheres, podendo ser diagnosticada em várias fases da vida, porém normalmente os sintomas aparecem no final da adolescência ou início da fase adulta.
Para conhecer mais sobre essa condição, bem como saber as formas de diagnóstico e tratamento, continue a leitura!
COMO IDENTIFICAR OS SINTOMAS?
A espondilite anquilosante é considerada uma das muitas doenças reumáticas, porque sua condição envolve tecidos e articulações. A inflamação crônica e progressiva causada pela espondilite anquilosante causa dor e rigidez em torno da coluna, incluindo o pescoço, o dorso médio, a região lombar e as nádegas. Há casos de pessoas que também apresentam dores, rigidez e inchaços nos joelhos ou tornozelos. Em muitos casos a doença é confundida com a dor nas costas comum. No entanto a rigidez, que dura longos minutos, bem como evidências que a dor melhora com exercício e piora com repouso, ajudam a distinguir a espondilite anquilosante de uma simples dor nas costas. O quadro é diferente de pessoa para pessoa. Os sintomas podem ser tão leves que o paciente nem se lembra que tem a condição. No entanto, nos casos mais graves, a qualidade de vida do paciente pode ser fortemente impactada, podendo ocorrer lesões nos olhos (uveíte), coração (doença cardíaca espondilítica), pulmões (fibrose pulmonar), intestinos (colite ulcerativa) e pele (psoríase).
COMO FAZER O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico de espondilite anquilosante é clínico, podendo ser auxiliado por provas laboratoriais e de imagem como o Raio X, que permite ao médico verificar mudanças nas articulações e ossos. Contudo, as alterações não costumam estar visíveis na fase inicial podendo ser necessária uma ressonância magnética da coluna vertebral para conseguir uma análise mais detalhada dos ossos e tecidos, a fim de revelar dados sugestivos precocemente. Como reação à inflamação, o corpo pode depositar cálcio no local em que os ligamentos se conectam às vértebras que compõem a coluna. Isso acaba reduzindo a flexibilidade na região e calcifica as laterais das vértebras. Eventualmente, as vértebras da coluna podem se “unir”, o que é chamado de anquilose. Esse cenário é facilmente identificado através de um exame de Raio-X. Histórico familiar, avaliações físicas e exames de sangue, como de identificação da proteína C-reativa, taxa de sedimentação de eritrócitos e viscosidade plasmática também podem complementar o diagnóstico da inflamação.
Como muitas outras doenças, acredita-se na existência de um fator genético, pois segundo especialistas, a doença é cerca de 300 vezes mais frequente em pessoas que possuem um determinado grupo sanguíneo de glóbulos brancos, denominado HLA-B27.
O percentual de pessoas com espondilite anquilosante que possuem esse marcador genético chega a 90% nos países escandinavos. No Brasil, pela miscigenação étnica encontra-se em torno de 76%. Entretanto, possuir o gene HLA-B27 não determina que a pessoa irá desenvolver E.A., apenas significa uma propensão maior para o desenvolvimento da doença, uma vez que outros fatores, como ambientais, também podem estar relacionados. A teoria mais aceita é de que a doença possa ser desencadeada por uma infecção intestinal em pessoas geneticamente predispostas, portadoras do HLA-B27. Sabe-se também que a E.A. não é transmitida por contágio ou por transfusão sanguínea.
Pacientes com espondilite anquilosante são atacados pelo próprio sistema imunológico e acometidos por inflamações na coluna. Durante os ataques, o corpo busca se regenerar criando mais osso no lugar das articulações atacadas. Esse processo de inflamação e auto regeneração do corpo funciona para curar pequenas lesões, como por exemplo, uma torção no tornozelo. Entretanto no caso da E.A., esse processo de regeneração causa um crescimento ósseo no lugar das articulações, levando à junção deles (ossificação). Caso não for tratada, os ossos da coluna e quadril podem ficar completamente fundidos, levando a um enrijecimento e dor, assim como deformidades ou dificuldade para se movimentar.
Esse quadro pode ser recorrente ou persistente. Com o tempo, e sem o devido tratamento, é possível que o paciente perca sua mobilidade. Justamente por ser uma doença progressiva e sem cura ainda identificada, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de evitar complicações graves.
QUAIS AS OPÇÕES DE TRATAMENTO?
O objetivo do tratamento é controlar a doença, aliviando os sintomas e reduzindo o risco de deformidades. Assim como melhorar a mobilidade da coluna onde estiver rígida, permitindo ao paciente ter uma vida normal. Dessa forma, recorre-se ao uso de medicamentos para controle da dor, bem como, fisioterapia para fortalecimento e melhora da mobilidade, correção postural, exercícios, que devem ser adaptados a cada paciente. Dependendo da situação, pode-se fazer necessário procedimentos cirúrgicos para substituição de articulações, como no quadril. A boa notícia é que se o paciente receber um tratamento adequado, é possível controlar os sintomas da espondilite anquilosante e ter uma vida mais tranquila.
Texto elaborado pela equipe de Especialistas de Produto do DB Molecular.