Varíola dos Macacos — Saiba mais sobre os sintomas e como se prevenir
Publicado em: 29/08/2022, 20:21
O vírus causador da varíola dos macacos está classificado no gênero Orthopoxvirus, pertencente à família Poxviridae. Esse vírus tem similaridades com o vírus causador da varíola humana, produzindo casos clínicos semelhantes, mas de menor gravidade. O vírus causador da varíola dos macacos foi descoberto em 1958 e episódios de infecção e da doença foram registrados na África em seres humanos e animais desde 1970.
O primeiro surto da varíola dos macacos em humanos fora do continente africano ocorreu nos Estados Unidos em 2003. A situação atual é alarmante porque, em 2022, o vírus se mostra capaz de produzir transmissão sustentada entre humanos. Infecções humanas pelo vírus causador da varíola dos macacos foram reportadas em diversos países e continentes sendo, inclusive, o Brasil atualmente afetado por essa doença. A varíola dos macacos deve ser considerada uma zoonose e, no contexto atual, até mesmo uma zoonose emergente em razão da capacidade viral de ser transmitida de forma sustentada entre seres humanos.
Entenda como a Varíola dos Macacos age no corpo humano
A varíola dos macacos é geralmente uma doença autolimitada e produz sintomas que podem durar de 2 a 4 semanas. O período de incubação varia de 5 a 21 dias. Entre os sintomas, estão: febre, dor de cabeça, linfadenopatia, mialgia e astenia. A erupção cutânea tem início entre o 1º e o 3º dia após o aparecimento da febre. A erupção cutânea e em mucosas tende a ser mais concentrada na face e nas extremidades do que no tronco. Em 95% dos casos, notam-se erupções cutâneas na face e, em 75% dos casos, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Podem estar afetadas as mucosas orais, genitais, conjuntiva e córnea. As erupções evoluem sequencialmente de máculas para vesículas e pústulas, tornando-se crostas que secam e caem.
O vírus pode ser transmitido por contato direto com secreções respiratórias, lesões de pele, fluidos corporais e objetos contaminados. É muito importante o isolamento de pacientes com o objetivo de evitar ou minimizar a transmissão. Entre as medidas preventivas estão: higienizar frequentemente as mãos e evitar o contato com pacientes e animais infectados.
Atualmente ainda não há um tratamento específico aprovado nem uma droga antiviral específica contra a varíola dos macacos. A vacinação prévia contra a varíola pode diminuir o impacto clínico da doença, mas não existem doses disponíveis dessa vacina para a população geral. Uma vacina produzida em 2019, nos Estados Unidos, para a prevenção da varíola e da varíola dos macacos ainda não está amplamente disponível.
A confirmação dos casos de varíola dos macacos depende do diagnóstico laboratorial. As amostras mais recomendadas são aquelas coletadas de lesões de pele, incluindo o fluido de vesículas e pústulas. Além de crostas secas. Entre as opções diagnósticas laboratoriais, a detecção do DNA viral pela reação em cadeia da polimerase (PCR) é o mais recomendado pela boa especificidade e sensibilidade dele e pela rapidez de resultado.
Referências:
BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Informe Técnico nº 02/2022. Gov.br. atualizado em 7 jul. 2022. Brasília-DF. Disponível em: https://www.gov.br/mcti/pt-br/coronavirus/camara-tecnica-temporaria-camara-pox-mcti/informe-tecnico-camara-pox-redevirus-mcti-2013-no02-2022.
SANTOS, Marcus Vinicius dos. UFMG e Funed isolam vírus da varíola dos macacos em Minas Gerais. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais. 15 jul. 2022. Disponível em:
https://ufmg.br/comunicacao/assessoria-de-imprensa/release/ufmg-e-funed-isolam-virus-da-variola-dos-macacos-em-minas-gerais.