Setembro Verde — A importância da informação para doação de órgãos
Publicado em: 17/09/2020, 18:41
O mês de Setembro foi escolhido para se falar sobre a importância da doação de órgãos, já que no 3º sábado do mês é comemorado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea e no dia 27 o Dia Nacional de Doação de Órgãos. A campanha, cujo slogan é “Doe órgãos, a vida continua!”, tem como principal objetivo a conscientização da população sobre a importância de se tornar um doador de órgãos, e da possibilidade de salvar até oito vidas ao se tornar um doador.
Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes realizados por ano, ficando atrás apenas da Espanha. Em 2019, a taxa de doadores efetivos chegou a 18,1 doadores por milhão de habitantes, porém ainda há muitos pacientes aguardando a sua vez de receber uma doação, como pode ser visto no gráfico abaixo:
Há dois tipos de doadores de órgãos: o cadáver e o vivo. De acordo com a legislação brasileira (lei nº 10.211, de 23 de março de 2001), a retirada dos órgãos e tecidos de doadores cadáveres só pode ser feita mediante autorização dos membros da família e, em 2018, de acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes, a não efetivação da doação foi de 43% no Brasil, por isto a importância de avisar aos membros da família sobre sua vontade de ser um doador. Para ser classificado como doador cadáver, a pessoa deve ter sofrido morte encefálica, sem haver comprometimento dos órgãos a serem doados. A legislação brasileira é uma das mais seguras com a exigência de duas avaliações clínicas da morte encefálica, por médicos diferentes e que não participem das equipes de retirada dos órgãos, sendo exigido também um exame complementar que mostra ausência de fluxo cerebral e atividade elétrica. Porém, há alguns órgãos que podem ser doados ainda em vida como rim, pulmão, parte do fígado e do pâncreas e a medula óssea.
O transplante de medula óssea é realizado em pacientes com problemas hematológicos graves, onde a sua medula óssea não é mais capaz de produzir as células sanguíneas (hemácias, leucócitos e plaquetas) de forma ideal. No procedimento do transplante, a medula óssea do paciente é substituída por uma nova, de um doador compatível, capaz de restabelecer a produção normal das células sanguíneas. Este protocolo é indicado para diversas doenças, como leucemia (em adultos e infantil), linfomas (de Hodgkin ou não Hodgkin), mieloma múltiplo, aplasia de medula e em alguns casos de imunodeficiências.
O doador de medula precisa ser cadastrado no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), e se for identificada compatibilidade com uma pessoa que necessite do transplante, o doador é contatado, sendo realizados exames para confirmar a sua compatibilidade com o receptor e para ver seu próprio estado de saúde. Após estes resultados, se houver necessidade de deslocamento para a realização do procedimento, todas as despesas são pagas pelo Ministério da Saúde. Atualmente o REDOME conta com mais de 3.700 milhões de doadores cadastrados e é o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo. Apesar deste número de doadores ser alto, não podemos esquecer que no Brasil a taxa de compatibilidade é de 1 em 100 mil.
Antes da realização do transplante, é necessário saber a compatibilidade entre doador e receptor, para evitar que o sistema imune do hospedeiro destrua o órgão/tecido transplantado. Esta compatibilidade tecidual é determinada por um conjunto de genes localizados no cromossomo 6 conhecidos como genes dos Antígenos Leucocitários Humanos (HLA). Cada indivíduo possui a sua própria combinação de HLA, dentro dos locus A, B, C, DR, DQ. Esta análise pode ser feita em diferentes níveis de resolução, havendo a tipagem em baixa, intermediária ou alta resolução. A definição da resolução a ser utilizada depende do órgão a ser transplantado e a fase de identificação do doador compatível.
Na tabela abaixo, listamos os principais exames oferecidos pelo DB Molecular para imunofenotipagem:
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Texto elaborado por Pamella Sulai, Especialista de Produtos do DB Molecular, residência Multiprofissional em Oncologia Molecular pelo Hospital de Câncer de Barretos – Fundação Pio XII.
Referências:
http://www.abto.org.br/abtov03/default.aspx?c=1051
http://www.saude.gov.br/calendario-da-saude
https://ameo.org.br/compatibilidade-hla/
http://redome.inca.gov.br/medula-ossea/o-que-e-o-transplante-de-medula-ossea/
http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/RBT/2019/RBT-2019-leitura.pdf