Vínculo Genético
Publicado em: 18/11/2020, 12:26
O exame de DNA foi criado na Inglaterra em 1985, permitindo que as pessoas pudessem ter uma identificação única e mais aprofundada de suas características genéticas. Entre todas as análises que esse tipo de exame proporciona, o teste de paternidade é um dos mais famosos e utilizados atualmente. Mas você sabe como ele funciona?
Neste artigo, vamos falar sobre as situações que demandam um teste de paternidade, como ele é feito e quais são os diferentes tipos de exames oferecidos no DB Molecular. Boa leitura!
O QUE É O TESTE DE PATERNIDADE?
O teste de paternidade é um exame que utiliza a comparação do material genético (DNA) de duas ou mais pessoas a fim de encontrar perfis de similaridade que confirmem ou refutem o vínculo genético investigado.
É importante relembrar que metade das informações genéticas de um indivíduo é herdada de sua mãe biológica e outra metade de seu pai biológico, por isso a determinação das relações de vínculo genético entre as partes envolvidas no teste é possível a partir da comparação entre os perfis genéticos dos indivíduos.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS TIPOS DE TESTE DE PATERNIDADE?
Confira abaixo alguns dos testes disponibilizados pelo DB Molecular para investigação de vínculo genético:
Paternidade Trio — No teste trio, o(a) suposto(a) filho(a) tem seu DNA comparado a outras duas pessoas, o suposto pai e a mãe biológica. Este cenário, onde têm-se a participação da mãe biológica é o ideal, pois torna o caso mais resolutivo, uma vez que permite isolar o material genético do filho requerente herdado dela. A ausência da mãe pode gerar maior dificuldade na análise, já que não haverá essa premissa favorável.
Paternidade Duo — O teste duo é feito apenas com o suposto pai (paternidade) ou suposta mãe (maternidade) e o(a) filho(a) requerente. Ou seja, apenas duas pessoas têm seus materiais genéticos comparados. Os testes de maternidade são mais recorrentes em casos de adoção ou troca de bebês.
Pré-natal — No teste de paternidade pré-natal, o material coletado vem do próprio feto, por meio da amostra de líquido amniótico ou vilo corial, coletada por um ginecologista ou obstetra. Para realização desse exame recomenda-se coletar o vilo corial no período entre 11ª-13ª semana, enquanto para o líquido aminiótico o período gestacional ideal é entre 14ª-28ª. É importante avaliar a possibilidade de se fazer o teste pré-natal não invasivo ou então aguardar até o nascimento do bebê para realizar o teste de paternidade, uma vez que esta coleta é invasiva e pode apresentar riscos, mesmo que mínimos, para o desenvolvimento gestacional.
Pré-natal não invasivo — O teste pré-natal não invasivo possibilita a detecção do DNA fetal diretamente através do sangue materno e pode ser feito a partir da 11ª semana gestacional. Ele tem esse nome justamente porque a coleta do material genético do feto é feita de forma indireta, sem riscos para a mãe ou para o bebê. Entretanto, em gestações gemelares ou casos em que há grau de parentesco entre a mãe e o suposto pai, não é possível a realização desse exame. Também não é indicado para mães que receberam transfusão sanguínea nos últimos 3 meses ou que realizaram transplante de medula.
Espólios — Em situações onde o suposto pai é falecido ou ausente (casos judiciais), o exame para identificação do vínculo genético recebe o nome de Espólio ou Reconstrução. O grau de complexidade para este exame é maior, uma vez que é necessário realizar a reconstrução dos genótipos da pessoa falecida a partir do perfil genético dos seus parentes de primeiro grau. Conforme mais próxima a relação genética e havendo a possibilidade de participação no teste, torna-se crucial a coleta de material biológico do pai e/ou da mãe biológicos, de filhos(as) biológicos(as) ou de seus irmãos biológicos, nessa ordem de importância. Também é possível aplicar a reconstrução para os casos de suposta mãe falecida/ausente.
COMO É FEITO O TESTE?
É necessário coletar amostras biológicas para execução do exame, que podem variar de acordo com o tipo de exame a ser feito, bem como com as recomendações do laboratório escolhido. As amostras comumente utilizadas nos exames Duo, Trio e Espólios são basicamente: saliva ou swab bucal, bem como uma pequena quantidade de sangue que são depositados em um kit de coleta apropriado.
Já nos casos do teste de paternidade pré-natal, é necessário fazer a coleta do material do feto por meio do líquido amniótico ou vilo corial conforme já mencionado anteriormente. Para o teste pré-natal não invasivo é necessário solicitar um kit de coleta específico ao DB Molecular.
Com a finalidade de garantir a credibilidade do exame, assim como as informações evidenciadas, torna-se necessário o respaldo através de documentações que comprovem o cenário para a realização do teste de paternidade. É necessário confirmar com o laboratório quais são os documentos válidos para cada situação.
Usando sofisticadas técnicas de laboratório, o DNA das amostras é isolado e então é realizado o sequenciamento de todo material genético para posterior análise comparativa.
Para assegurar maior confiabilidade do teste, o setor de Vínculo Genético do DB Molecular possui restrição de acesso, além de profissionais específicos para o processamento e análise dos testes de paternidade. É importante reforçar que todos os testes com resultados de exclusão são reprocessados para confirmação. Esta nova rotina é executada por um analista diferente do que realizou a primeira vez, assegurando assim a veracidade do resultado.
A análise de cada caso é dependente das informações fornecidas pelos envolvidos no momento da coleta do material biológico. O resultado e a conclusão do exame são classificados com base na análise dos marcadores genéticos e nos valores da Probabilidade Paterna. Logo é possível dois cenários distintos:
Exclusão de Paternidade — Probabilidade paterna igual a 0%. Isto leva à conclusão de que não há vínculo genético de filiação entre o indivíduo requerente e o suposto pai.
Inclusão de Paternidade — Probabilidade paterna maior de 99,99% do suposto pai ser, de fato, o pai biológico do indivíduo.
EM QUAIS SITUAÇÕES O TESTE DE PATERNIDADE É NECESSÁRIO?
O teste de paternidade ou de maternidade é um exame que pode ser solicitado por qualquer pessoa. A submissão ao teste pode ser motivada por vários fatores, pois existem incontáveis situações nas quais uma pessoa pode não ter certeza de quem são seus pais biológicos. Alguns casos estão relacionados a ações judiciais, onde o objetivo geralmente é esclarecer questões como herança, pensão alimentícia ou guarda.
O teste de paternidade é um exame complexo, burocrático, mas muito importante na resolução de incertezas sobre os vínculos entre indivíduos. A escolha de um laboratório de qualidade interfere diretamente na confiabilidade do resultado, portanto, avalie bem o local antes de iniciar um processo tão sério, que pode mudar os rumos da sua vida e de outras pessoas.
Texto elaborado por Isabella Ortiz, Especialista de Produto DB Molecular e Mestre em Ciências na área de Oncologia pelo programa de Pós-Graduação da Fundação Antônio Prudente, do A.C.Camargo Cancer Center, São Paulo-SP.