Por que eu preciso vacinar os meus filhos contra a Meningite?
Publicado em: 24/04/2019, 12:00
Todos os anos, no dia 24 de abril, é levantada a bandeira da conscientização do Dia Mundial de Combate à Meningite. Este é um assunto pouco falado, mas de extrema importância, especialmente quando é abordada a questão da vacinação. A maior parte dos casos de meningite registrados é causada por vírus ou bactérias.
O que é a Meningite?
A meningite é a inflamação das meninges, membranas importantes que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A função das meninges é, justamente, proteger essas estruturas tão importantes para o pleno funcionamento do nosso corpo. Quando as meninges inflamam, todos os sistemas ficam em estado de risco - do sistema nervoso ao sistema respiratório.
Como é uma doença endêmica no Brasil, ou seja, característica do nosso país, é de extrema importância garantir prevenção da meningite através da vacinação e, quando não for possível prevenir, garantir o diagnóstico precoce. Como já reforçado, é mais comum que a meningite seja causada por bactérias e vírus, entretanto, também podem ser transmitidas por fungos. A doença pode atingir pessoas de todas as idades, mas costuma ser mais frequente e grave em contextos em que o sistema imunológico não se encontra em pleno funcionamento - como é o caso de bebês e idosos. Como os sintomas da meningite não são tão característicos e podem facilmente ser confundidos com indícios de outras doenças, a confirmação do diagnóstico pode ser realizada por um exame que coleta o líquor, um líquido retirado da espinha via punção.
Quais são os riscos que uma pessoa corre ao contrair a doença?
A meningite é uma doença extremamente grave. Cerca de 20% das pessoas que contraem a doença, vem a falecer, especialmente crianças e idosos. Quando não leva à morte, se não tratada adequadamente, a meningite pode trazer sequelas como surdez, cegueira e até mesmo amputação de membros. Por esses e outros motivos a erradicação da doença deve ser uma uma preocupação grande de mães, pais e também de órgãos que cuidam da saúde pública.
Dados da Meningite no Brasil
Como citado anteriormente, a meningite é uma doença característica do país, que apresenta “surtos” de tempos em tempos. No ciclo primavera-verão, as meningites virais são mais comuns. Já no período outono-inverno, predominam as infecções bacterianas. Em números, em 2018, a meningite vitimou 218 pessoas no Brasil. No total, foram 1.072 ocorrências de meningite pelo país. Embora o valor não pareça expressivo em um primeiro momento, a taxa de mortalidade foi de 20%. Ou seja, a prevenção e o diagnóstico de meningite precisam ser levados muito a sério, por isso, existe uma série de campanhas que visam garantir a sensibilização da população em relação ao tema.
Os três tipos de Meningite
As meningites variam, principalmente, pelo agente infeccioso envolvido na transmissão, ou seja, se ela acontece através de vírus, bactérias (mais graves) ou fungos. Conheça os tipos:
— Meningite Viral
Muitos vírus podem causar a meningite viral. É a forma mais comum da doença e, em geral, considerada como a menos perigosa. O tratamento deve ser iniciado imediatamente e é feito com antivirais. Os vírus causadores desse tipo de inflamação das meninges podem ser transmitidos através de alimentos, água, contato direto ou objetos contaminados. Sintomas como confusão mental, febre, rigidez no pescoço, náusea, irritabilidade, sonolência, fotofobia, dor de cabeça e até mesmo falas desconexas são comuns neste tipo de infecção.
— Meningite Bacteriana
As meningites bacterianas são as mais graves e podem ser causadas por várias bactérias. Duas delas ganham maior destaque: Neisseria meningitidis (meningococo), Streptococcus pneumoniae (pneumococo). Os sorotipos são diferentes e classificados em: A, B, C W e Y. Mas, o que isso significa, na prática? A incidência de cada um dos tipos citados depende da faixa etária. De acordo com o Ministério da Saúde:
Recém-Nascidos: Streptococcus do grupo B, Streptococcus pneumoniae, Listeria monocytogenes e Escherichia coli;
Bebês e crianças: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae e Streptococcus do grupo B;
Adolescentes e adultos jovens: Neisseria meningitidis e Streptococcus pneumoniae;
Idosos: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae, Streptococcus do grupo B e Listeria monocytogene.
Você já deve ter ouvido falar que alguém teve meningite A, por exemplo, e conseguiu a cura. Mas isso não quer dizer que a pessoa tenha imunidade aos outros tipos. Os sintomas aparecem muito rápido, são doloridos (capazes até de imobilizar) e consistem, na maior parte dos casos:
— Fraqueza;
— Dor de cabeça;
— Rigidez na nuca e de movimentos;
— Fotofobia;
— Confusão mental;
— Febre;
— Vômito;
— Irritabilidade e dificuldade na fala.
O tratamento deve começar o mais rápido possível e, neste caso, é feito com antibióticos.
— Meningite Fúngica
Esse tipo de meningite não é transmitida de indivíduo a indivíduo. A transmissão ocorre, em geral, devido à inalação dos esporos de fungos que, após atravessar os pulmões, podem chegar às meninges e causar a inflamação. Esses esporos podem ter origem em excrementos de animais e que, por ficarem no solo ou ar, podem contaminar o ambiente e, com isso, serem inalados. Os sintomas da meningite de origem fúngica são semelhantes aos sintomas dos tipos anteriores, como febre, dor de cabeça, rigidez no pescoço, fotofobia, confusão mental, náuseas, entre outros.
Como alguém contrai Meningite?
Considerando a forma mais comum da meningite, a bacteriana, sabe-se que contato com secreções respiratórias e a saliva de quem está contaminado já é suficiente para a transmissão. Grande parte da contaminação ocorre por via fecal-oral, logo, a higienização adequada das mãos, alimentos e objetos é fundamental para evitar a transmissão da doença.
Prevenção e Tratamento
A prevenção da meningite começa com vacinação, rotinas básicas de manutenção da saúde e higienização adequada. Quanto ao tratamento, não é recomendado esperar o agravamento dos sintomas para o acompanhamento médico. Encaminhar ao hospital ao primeiro sinal de sintoma é a postura correta. Um dos fatores que mais facilita o aumento as taxas de transmissão da doença é a permanência por longos períodos de tempo em ambientes fechados. Assim, uma das formas interessantes de prevenção é sempre favorecer a ventilação natural.
Vacinação: a melhor solução para o problema
A vacinação é, atualmente, o melhor meio de prevenção à meningite, já que consegue proteger nosso corpo dos agentes transmissores, como o meningococo, pneumococo e hemófilus. Nos postos de saúde, você vai encontrar vacinas que protegem as crianças dos tipos: 1; 4; 5; 6B; 7F; 9V; 14; 18C; 19F; 23F. As vacinas são dadas para crianças na rede pública na faixa etária de 2 a 24 meses e ajudam a prevenir, além da meningite, outras doenças, como a otite aguda.
A vacina é capaz de evitar até 78% dos casos e é fundamental para o pleno desenvolvimento e manutenção da saúde da criança.
Em clínicas particulares, serão cobertas a 13-valente, com os sorotipos 6A, 19A e 3, com cobertura e proteção contra infecção de cerca de 90% das bactérias.
O tratamento da meningite
Assim como o tipo de meningite varia com o agente etiológico envolvido, também muda o tipo de tratamento recomendado.
— Bacteriana: Uso de antibióticos associado ou não à internação e uso de corticóides;
— Viral: Uso de antivirais e corticóides e, em casos mais graves, internação;
— Fúngica: Uso de antifúngicos escolhidos com base no microorganismo identificado.
Conseguiu entender um pouco mais sobre a gravidade da meningite e a importância da vacinação e prevenção? Esperamos que sim! Se achou o conteúdo útil, compartilhe-o em suas redes sociais!
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