Mês de prevenção ao câncer de cabeça e pescoço estimula a prevenção contra o HPV
Publicado em: 30/07/2019, 18:41
Papilomavirus Humano
O Papilomavirus Humano, mais conhecido como HPV, é um grupo de vírus bem comum em todo o mundo. Existem mais de 100 tipos de HPV, destes, pelo menos 14 são considerados de alto risco e causadores de câncer. O primeiro contágio com o vírus é por meio de contato sexual e a grande maioria das pessoas se infeccionam logo no início da atividade sexual. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há dois tipos de HPV (tipo 16 e tipo 18) que causam 70% dos cânceres cervicais e lesões-cervicais pré-cancerígenas. Ao todo, segundo a organização, são mais de 630 milhões de pessoas infectadas em todo mundo, 10 milhões no Brasil. Em uma estimativa, a OMS afirma que, se nada for feito, serão cerca de 700 mil casos novos ao ano, podendo gerar uma epidemia. O HPV também está ligado a outros tipos de câncer, como câncer de colo de útero, câncer de pênis e câncer da cabeça e do pescoço.
A maioria das pessoas infectadas pelo vírus não terão grandes problemas, uma vez que, com sua variedade, alguns tipos de HPV não apresentam riscos ou sintomas e podem ficar por toda a vida do indivíduo sem se manifestar. A OMS afirma que a maioria dos homens e mulheres sexualmente ativos serão infectados em algum momento da vida, e alguns podem ser repetidamente infectados. O tempo de infecção para aquisição da doença é baixo, uma vez que o vírus já é transmitido apenas pelo contato genital. Dos tipos não oncogênicos estão, especialmente os tipos 6 e 11, que causam verrugas genitais e papilomatose respiratória, doença na qual os tumores crescem nas vias aéreas, e levam do nariz e da boca, para os pulmões. São doenças que raramente avançam para estágios mais graves, ou causam a morte. Porém, podem ocorrer outros desconfortos e afetar, significativamente, a vida sexual.
A vacinação, em conjunto com o exame preventivo (Papanicolaou) e até mesmo preservativos se complementam como ações de prevenção deste câncer. Atualmente há 2 tipos de vacinas que protegem contra o Papilomavirus Humano. Uma delas, a vacina bivalente protege contra os subtipos 16 e 18 oncogênicos. Já a vacina quadrivalente protege contra 4 subtipos de HPV (além do 16 e 18, os tipos 6 e 11). Estas vacinas evitam 70% de todos os casos de câncer de colo do útero. A OMS recomenda, preferencialmente, a vacinação de meninas entre 9 e 14 anos, a fim de minimizar os impactos econômicos na saúde em relação ao câncer de colo de útero. Em 2018 a organização fez uma campanha em chamado a eliminação do câncer de colo de útero, engajando parceiros e países para aumentar a cobertura das três intervenções essenciais para prevenir o câncer: vacinação, triagem e tratamento do HPV.
O DB Molecular também se engaja nessa causa, para 2019, o grupo realiza uma campanha de conscientização contra o HPV, promovendo eventos, participações em congressos e materiais informativos que colaboram para o maior alcance de compreensão populacional sobre a causa.
O mês de Julho foi escolhido para unir esforços junto a campanha #Julhoverde, mês de prevenção e combate ao câncer de cabeça e pescoço. Estima-se que cerca de 30% dos casos de câncer de cabeça e pescoço ocorrem em pacientes infectados pelo HPV.
O HPV e sua progressão ao câncer
— Câncer de colo de útero
A maioria das lesões causadas por diferentes subtipos de HPV se resolvem sozinhas, até mesmo lesões pré-cancerosas resolvem-se espontaneamente, porém ainda existe o risco para todas as mulheres contaminadas pelo HPV que a infecção se torne crônica e lesões pré-cancerosas evoluam para um câncer de colo de útero. Estudos feitos pela OMS concluíram que leva de 15 a 20 anos para o câncer de colo de útero se desenvolver em mulheres com sistemas imunológicos normais, porém, para pacientes com sistema imunológico baixo, como em casos de mulheres infectadas por HIV, esse número pode cair, e sua demora leva de 5 a 10 anos para o desenvolvimento do tumor. Alguns fatores favorecem para que vírus permaneça no organismo, como: estado imunológico; co-infecções com outros agentes sexualmente transmissíveis (herpes, clamídia e gonorreia) e tabagismo. O câncer de colo de útero é o quarto câncer mais frequentes em mulheres, só em 2018 houve mais de 500 mil novos casos (OMS) em todo mundo, representando 7,5% de todas as mortes por câncer feminino. Mais de 85% dessas mulheres estavam em regiões menos desenvolvidas. Já em países desenvolvidos há uma maior efetivação de meninas vacinadas, além de acompanhamentos com exames preventivos e rastreamento de lesões pré-cancerígenas. O tratamento precoce impede que até 80% das lesões de se evoluírem ao câncer. Hoje em dia, com maior alcance tecnológico, é possível utilizar exames que detectam com mais eficiência o câncer de colo de útero, a citologia em meio líquido é uma excelente ferramenta de diagnóstico, possuindo maior sensibilidade do que o exame tradicional, o Papanicolau.
— Câncer de pênis
Outro câncer que possui alto índice de associação ao HPV é o câncer de pênis, cerca de 30% a 40% possuem associação direta com o vírus. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2018 foram cerca de 6 mil casos novos de câncer peniano e anualmente, cerca de mil órgãos sexuais masculinos são amputados todos os anos por conta da doença.
— Câncer de cabeça e pescoço
O câncer de cabeça e pescoço é o nome que se dá ao conjunto de tumores que podem se manifestar no nariz/vias nasais, boca e cavidade oral, faringe, glândulas salivares e laringe. Cerca de 10% a 30% desses casos possuem relação com o HPV, sendo sua principal forma de transmissão por via sexual, o contato oral-genital ataca a mucosa da boca e da garganta, infectando a região. No mês de julho, a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) realiza a campanha Julho Verde, que promove a prevenção desses tipos de câncer, além de disseminar mais informações, lembrando que o diagnóstico precoce colabora para maiores chances de cura.
O DB Molecular preparou um mês inteiro para falar e alertar sobre o HPV e suas principais consequências, ao longo do mês será realizado uma campanha informativa com o intuito de alertar a população e gerar mais conhecimento sobre o Papilomavirus Humano e todas as doenças que envolvem a infecção por este vírus.