Medicina de Precisão — Saiba como ela auxilia nos diagnósticos
Publicado em: 08/03/2019, 19:43
A ciência já comprovou que cada indivíduo é único e suas respostas para o tratamento de qualquer doença, também. Na medida em que a tecnologia avança, a ciência e a medicina encontram novas soluções para tratar cada paciente de maneira personalizada, potencializando e garantindo melhores resultados. Esta nova proposta arrojada é alicerçada em quatro pilares, sendo eles:
— Preditiva: à medida que entendemos mais nossa biologia e doenças, detectamos os biomarcadores que podem identificar pessoas predispostas para determinadas doenças.
— Preventiva: se conseguirmos ser preditivos, então, a prevenção será muito mais possível, e se tornará um hábito. Isto criará um modelo muito diferente de assistência médica que será voltado para a intervenção precoce, que tem como base as novas abordagens terapêuticas para a prevenção de problemas de saúde.
— Personalizada: com nossos melhores insights sobre a biologia e as doenças, observamos medicamentos terapêuticos e de controle da doença específicos para melhorar o resultado do paciente. Estes tratamentos adaptados prometem efeitos colaterais reduzidos. Em longo prazo, o monitoramento do diagnóstico em tempo real dos resultados continuará contribuindo para a concretização de uma assistência médica totalmente personalizada.
— Participativa: a tecnologia tem aumentado nossa capacidade de compartilhar informações por meio de redes sociais e comunidades on-line. Essa tendência aumentará e ajudará a obter insights sobre estilo de vida e fatores comportamentais que as capacitem ter um maior controle sobre sua saúde e sua doença.
Nesse processo, a medicina de precisão é um dos grandes agentes de transformação. Essa nova abordagem busca oferecer ao paciente o tratamento mais adequado ao seu caso, baseando-se em uma grande variedade de informações sobre ele, tais como:
— estilo de vida,
— fatores ambientais,
— predisposição genética,
— peso,
— idade,
— gênero.
A medicina de precisão no Brasil e no mundo
Relativamente nova, essa abordagem ganhou destaque apenas em 2015, quando o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama lançou a Precision Medicine Iniciative. No Brasil, algumas iniciativas importantes ajudaram a abrir espaço para essa tecnologia. Por exemplo, o projeto também lançado em 2015, Brazilian Initiative on Precision Medicine (BIPMed) e a criação da Associação Brasileira de Medicina Personalizada e de Precisão (ABMPP).
Como a medicina de precisão atua?
Com o surgimento da farmacogenética, ciência que estuda como o metabolismo de um indivíduo responde aos fármacos auxiliando na definição da terapia mais adequada, otimizando a eficácia do tratamento. Houve uma grande evolução de pesquisas e abordagens direcionadas para essa área de atuação. Na medicina tradicional, ainda aplicada hoje, as doenças são tratadas com medicamentos que atuam na média geral dos pacientes, sem levar em consideração aqueles que podem ter diferentes mecanismos moleculares, e, por isso, exigem um tratamento distinto. Até recentemente, quando alguém ficava doente e precisava de tratamento médico, o tratamento provavelmente da mesma forma que o próximo paciente com a mesma doença: com a realização dos mesmos exames de diagnóstico e a prescrição dos mesmos tratamentos. Você poderia ter tido sorte com o resultado, enquanto o próximo paciente não. Ou talvez você poderia não receber o resultado esperado. Médicos que acompanham as tendências relacionadas à medicina de precisão, que buscam conhecer características específicas de cada paciente, conseguem oferecer um atendimento mais efetivo e atencioso, o que contribui para as taxas de sucesso e cura efetiva de doenças. A medicina de precisão se baseia nos avanços da genética, da bioinformática e das influências ambientais para conhecer mais a fundo o complexo mecanismo biológico dos seres humanos e como suas alterações causam as doenças.
Como a medicina de precisão é aplicada hoje
Inicialmente desenvolvida para estudar a fundo o tratamento do câncer, a medicina de precisão pode ser aplicada em todas as áreas médicas. Os casos mais comuns atualmente são a abordagem em pacientes com câncer de mama, pulmão, melanoma ou leucemia, que passam por análise molecular para determinar a terapia mais adequada. Aplicar a mesma classe de medicamento em dosagem uniforme para todos os pacientes, não é o recomendado em diversos casos, como nas áreas de oncologia, cardiologia, neurologia, psiquiatria, reumatologia, entre outras. Pesquisas já comprovaram que as respostas aos tratamentos que seguem essa metodologia não são completamente eficientes, pois ignoram as variações nos genes de cada paciente. Além disso, a medicina de precisão está abrindo caminho para os marcadores biológicos, uma oportunidade de se antecipar à uma doença que o indivíduo pode desenvolver no futuro. Um exemplo dessa realidade é a identificação de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, relacionados com risco do desenvolvimento do câncer de mama e outros tumores. Assim, é possível investir em políticas de prevenção voltadas para a população que apresenta maior risco. Além de contribuir para o planejamento e gestão estratégica no contexto da saúde pública, a medicina de precisão tem grande potencial para aumentar a eficácia dos tratamentos e a de vida aos pacientes.
Você já utiliza alguma estratégia relacionada à medicina de precisão para fazer diagnósticos junto aos seus pacientes? Saiba como o DB Diagnósticos pode te ajudar nessa tarefa!