DB Molecular disponibiliza teste para auxiliar no diagnóstico e tratamento da Hanseníase
Publicado em: 03/03/2022, 12:44
O Brasil é o segundo país com maior incidência de casos hanseníase, atrás apenas da Índia. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2018 foram reportados 28.660 novos casos no Brasil, equivalendo a 92,6% do total das Américas, a incidência mundial foi de 208.619 casos neste mesmo ano. Apesar dos dados ainda serem preocupantes, a incidência vem diminuindo ano a ano, registros de 2019 indicaram 23.612 novos casos no País.
O Mycobacterium leprae, nome científico da bactéria causadora da hanseníase, tem um período de incubação longo, podendo levar anos para que a pessoa comece a manifestar sintomas. O desenvolvimento da doença ocorre de acordo com a resposta imunológica do hospedeiro e após um longo período de exposição ao agente, havendo seis formas de manifestação devido à variação da resposta imunológica entre as pessoas. De um modo geral, a partir do momento que um indivíduo adoece, se o sistema imune for competente, a hanseníase se manifesta de forma localizada e não contagiosa, mas quando não há uma resposta imunológica efetiva, se manifesta de maneira mais grave e transmissível
Como demonstrado em um estudo da FIOCRUZ, de 2016, a bactéria é capaz de mimetizar uma infecção viral, de modo a causar uma resposta imunológica “equivocada” e ineficaz. A produção de citocinas Interferon tipo I ocasiona a ativação de alguns genes que favorecem a invasão celular e ocupação da bactéria na célula.
Questões socioeconômicas são intimamente relacionados à doença, sabe-se que em pessoas que vivem em condições de extrema pobreza e/ou condições inadequadas de habitação, as chances de ser portador chegam a dobrar, levando em consideração fatores como aglomeração em uma mesma moradia e escassez de higiene.
Antigamente, a ausência de tratamento por conta do desconhecimento sobre a doença levava as pessoas a complicações clínicas que evoluíam a óbito, porém ao longo dos anos com o advento dos medicamentos, os pacientes têm um bom prognóstico. O tratamento da hanseníase é feito com coquetel de drogas (antibióticos e quimioterápicos), chamado de poliquimioterapia, e pode apresentar resultados bem eficazes.
O desafio é realizar o diagnóstico rápido e confiável, que promova um tratamento assertivo ao paciente. Quanto antes detectada a doença, antes interrompe-se a cadeia de transmissão e, também, eleva as chances de cura, evitando complicações da doença e prevenindo o desenvolvimento de resistência às drogas.
Por isso, exames que realizam a detecção da hanseníase e avaliem, ao mesmo tempo, o perfil de resistência, trazem um cenário mais favorável ao paciente.
O exame molecular é capaz de detectar a resistência a rifampicina pela detecção das mutações mais significativas do gene rpoB (codificado pela subunidade- ß da RNA polimerase); resistência à ofloxacina e outras fluoroquinolonas pela detecção das mutações mais significativas do gene gyrA (codificado pela subunidade-A da DNA girase) e resistência à dapsona pela detecção de regiões relevantes do gene folP1 (codificado pela dihidropteroato sintetase). E trazem mais sensibilidade e especificidade ao teste.
O DNA é extraído de amostras de baciloscopia cutânea positiva, amplificado por PCR e detectado em uma membrana strip, utilizando hibridização reversa e uma reação de coloração enzimática.
Este é o primeiro teste comercial para a detecção molecular de Mycobacterium leprae. Para mais informações, consulte o guia de exames do DB Molecular: MLEP - MYCOBACTERIUM LEPRAE.
Na UNIDB, preparamos um treinamento exclusivo com mais informações sobre o tema. Acesse agora!