Como a Farmacogenética pode auxiliar no tratamento do paciente
Publicado em: 22/03/2022, 17:34
A Farmacogenética é a área que estuda como as variações genéticas presentes em cada indivíduo podem influenciar os efeitos dos medicamentos. Tem como objetivo principal diminuir os efeitos colaterais e potencializar a eficácia dos tratamentos.
Esse exame vem ganhando espaço no Brasil, pois possibilita personalizar o tratamento de acordo com a genética de cada pessoa.
Continue a leitura e entenda mais sobre a Farmacogenética e quais as principais áreas de atuação!
Como funciona?
Os fármacos (as principais substâncias da formulação do medicamento, responsáveis pelo efeito terapêutico) passam por cinco etapas desde a ingestão até a eliminação deles: absorção, distribuição, interação com os alvos, metabolização e excreção. Há dois grupos de genes que atuam na resposta aos medicamentos. O primeiro grupo é constituído pelos genes que influenciam a maneira como o organismo modifica o fármaco.
Esses genes codificam enzimas que metabolizam o fármaco e os transportadores dele e, portanto, determinam em grande parte a toxicidade dos fármacos. Já o segundo grupo consiste nos genes que influenciam a maneira como o medicamento modifica nosso organismo. Esses genes codificam enzimas, receptores, canais iônicos as rotas associadas deles e determinam, em grande parte, a eficácia do medicamento.
Este exame explora os perfis de metabolização, possibilitando que os tratamentos possam ser adaptados a cada caso, de maneira que os efeitos terapêuticos ocorram potencializados e os efeitos adversos minimizados. Esse processo é chamado de Medicina Personalizada.
Farmacogenéticos e diferentes especialidades médicas
Então entendemos que os testes farmacogenéticos são exames que realizam o sequenciamento do DNA e analisam como as variações dos genes tendem a impactar a performance dos medicamentos.
Sendo assim, os exames podem ser ferramentas importantes para propiciar respostas mais rápidas ao tratamento, melhorar a qualidade de vida do paciente e guiar tratamentos de uso contínuo de medicamentos.
O teste de farmacogenética, tem sido mais usado em três especialidades:
- Perfil Farmacogenética cardiovascular
As doenças cardiovasculares têm causas multifatoriais, dependendo tanto da genética do indivíduo como do estilo de vida dele. Apesar dos avanços no tratamento farmacológico, aproximadamente 40% a 60% dos pacientes em tratamento falham em alcançar o efeito esperado da medicação.
O Painel farmacogenético cardiovascular é indicado para pacientes com doenças cardiovasculares que desejam personalizar o seu tratamento com base no perfil genético, ou então indivíduos cujo tratamento farmacológico não apresenta os resultados esperados.
- Perfil farmacogenético psicotrópico
Entre os transtornos psiquiátricos, a ansiedade, a depressão, a psicose e a epilepsia destacam-se por terem elevada incidência na população, além de causarem grande impacto na qualidade de vida dos indivíduos afetados por essas condições.
Apesar da variedade de terapias medicamentosas disponíveis, muitos pacientes apresentam falta de efetividade do fármaco ou efeitos adversos graves, que podem fazer com que o paciente pare o tratamento sem a recomendação médica.
Os painéis farmacogenéticos psicotrópicos representam um avanço importante no tratamento personalizado dos transtornos psiquiátricos, proporcionando informações importantes sobre a metabolização dos medicamentos utilizados ou que possam ser prescritos no futuro.
- Perfil farmacogenético oncologia
Os avanços na caracterização molecular dos tumores e do conhecimento das distintas respostas aos fármacos antitumorais representam uma mudança no conceito do tratamento contra o câncer. Porém, apesar dos avanços no tratamento oncológico, nem todos os pacientes respondem adequadamente à medicação (ausência de efeito ou presença de reações adversas graves).
Dentro desse contexto, nosso laboratório oferece perfis genéticos independentes direcionados para a avaliação farmacogenética dos medicamentos mais utilizados no tratamento oncológico. Assim, o médico pode prescrever o fármaco de forma mais segura para cada paciente, permitindo um tratamento individualizado e personalizado do câncer, desde o início da terapia.
É importante lembrar que o exame farmacogenético não é uma ferramenta diagnóstica, mas sim, um auxílio para otimizar o resultado do tratamento do paciente. Sendo assim, recomendamos que o resultado seja analisado pelo médico prescritor em conjunto com as informações clínicas do paciente.
E você, já se utilizou de exames da Farmacogenética para otimizar as terapias de seus pacientes? Ou já conversou com seu médico sobre esse exame?
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