Descubra a relação entre a Biologia Molecular e a Ciência Forense
Publicado em: 06/03/2019, 18:25
Sabe quando você está assistindo um seriado de investigação criminal? Não raramente, aparece a cena do crime toda isolada e com pessoas coletando variadas provas, como fios de cabelo, sangue e outros materiais de origem biológica. O que está acontecendo nessa cena é a coleta de materiais biológicos para posterior análise molecular, através do estudo de fragmentos do DNA. Isto retrata um exemplo de genética forense, ou seja, a ciência forense trabalhando em conjunto com a biologia molecular.
Os conhecimentos e técnicas de genética e biologia molecular quando usados em conjunto, auxiliam não somente a desvendar crimes, mas também em outros aspectos que se relacionam a assuntos legais, servindo como um importante suporte para que a justiça desempenhe o seu papel.
Genética forense e biologia molecular
A genética forense consiste na utilização dos conhecimentos e técnicas em biologia molecular dentro da área jurídica. A forma como a genética forense auxilia a justiça a desempenhar o seu papel pode ir desde a resolução de crimes – com a identificação da vítima e/ou suspeito – até outros aspectos que se relacionam a assuntos legais - como a confirmação ou exclusão de maternidade ou paternidade. A vertente criminalística é uma das mais comuns no contexto da ciência forense. Através da coleta de amostras de vestígios biológicos encontrados na cena do crime e análise do perfil genético, é possível identificar criminosos e pessoas que estiveram na cena, auxiliando dessa forma nas investigações em busca dos responsáveis.
A pesquisa de vínculo genético, por sua vez, pode identificar maternidade ou paternidade com índice de confiabilidade acima 99,9%, e excluir a possibilidade de vínculo genético com 100% de certeza. Além disso, graças ao desenvolvimento científico da biologia molecular, a ciência forense pode analisar materiais biológicos de diversas naturezas com extrema precisão, mesmo quando os vestígios são limitados ou já se encontram degradados e em decomposição. Entre os materiais biológicos que podem ser analisados, estão:
— Ossos;
— Dentes;
— Fios de cabelo;
— Tecido;
— Saliva;
— Urina;
— Sêmen;
— Fezes.
Como acontece a identificação do DNA
A identificação do DNA é uma das mais revolucionárias ferramentas já usadas na investigação criminal, pois leva em conta a individualidade humana. E o que é essa individualidade humana? É o fato de que, com exceção dos gêmeos idênticos, todos os indivíduos do mundo são geneticamente diferentes uns dos outros. Entre as regiões que são responsáveis por essa individualidade genética, encontramos os microssatélites. Parece algo de outro planeta, mas são apenas sequências que todos nós temos, mas que apresentam uma taxa de variabilidade muito maior do que outras regiões conhecidas. São regiões de repetição e, portanto, essa variabilidade está no número de repetições. A análise de vários desses marcadores (geralmente 18 ou 22) permite a montagem de um perfil genético que é invariável e que dificilmente será repetido em dois indivíduos. É a comparação dos perfis genéticos de um material encontrado na cena do crime com a de suspeitos, por exemplo, que permite a identificação do criminoso. Nos casos de pesquisa de vínculo genético, leva-se em conta que o filho sempre terá metade dos marcadores vindos da mãe e metade dos marcadores herdados do pai.
Evolução da biologia molecular e ciência forense
A biologia molecular chegou para revolucionar o mundo tradicional da identificação humana por medidas corpóreas, retratos falados e impressões digitais. Acredita-se que com o surgimento de novos métodos e técnicas de avaliação genética de indivíduos, integrados com os avanços da robótica, as análises tradicionais sejam substituídas gradativamente, dando origem ao início de uma nova fase no desenvolvimento da ciência forense. O cientista forense é o profissional responsável por esse trabalho, atuando tanto diretamente nas cenas de crime como nos laboratórios de análise de DNA. Além da necessidade de formação específica em Perícia Criminal ou Ciências Forenses, esses profissionais devem estar sempre estudando e buscando atualizações. A biologia molecular e a ciência forense são áreas de conhecimentos que se relacionam de forma muito próxima visando o esclarecimento da verdade dos fatos, seja para provar culpa ou inocência, e representando dessa forma ferramenta essencial para a construção de uma sociedade mais justa.
Gostou de saber como a biologia molecular e a ciência forense podem colaborar na identificação de indivíduos e solução de crimes? Compartilhe conosco sua opinião!