O papel essencial dos exames em todas as etapas da jornada do paciente com câncer: da precisão do diagnóstico à monitorização e detecção de recidivas
Publicado em: 08/08/2024, 11:18
No Brasil, o câncer é a primeira causa de morte em alguns estados e, até 2030, essa estatística deve atingir todo país. Na maioria dos casos, os melhores prognósticos dependem fortemente de diagnóstico precoce e tratamento adequado que, por sua vez, dependem de exames precisos e rápidos.
Desde o diagnóstico inicial, escolha do procedimento terapêutico, monitorização do tratamento até a detecção de recidivas, diversos exames são necessários. Neste artigo, vamos explorar os diferentes tipos de exames essenciais em cada etapa da jornada do paciente com câncerjornada do paciente com câncer.
Diagnóstico preciso: o primeiro passo na jornada do paciente com câncer
O diagnóstico precoce do câncer é fundamental para aumentar as chances de um tratamento bem-sucedido e de cura. Graças aos avanços nos métodos de análise molecular, ampliamos a compreensão dos mecanismos moleculares responsáveis pelo desenvolvimento do câncer, permitindo novas abordagens para o rastreamento e detecção precoce de tumores.
A detecção precoce do câncer se baseia em duas estratégias:
● Rastreamento: encontrar lesões pré-cancerígenas ou o câncer pré-clínico através de exames de rotina realizados em pessoas assintomáticas.
● Diagnóstico precoce: identificar tumores em estágios iniciais, em pessoas com sinais e/ou sintomas suspeitos.
Para o rastreamento, por exemplo, têm sido realizados exames como: Papanicolau e mais recentemete o teste de HPV (câncer de colo de útero), exame de toque retal e dosagem de PSA (câncer de próstata).
Exames de imagem, como mamografias, tomografias computadorizadas (TC) e ressonâncias magnéticas (RM), são frequentemente os primeiros passos na detecção de alguma alteração.
A confirmação do câncer, no entanto, geralmente requer exames moleculares e anatomopatológicos, através de biopsias.
Exames moleculares, que utilizam as técnicas de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), Sequenciamento de Nova Geração (NGS) e Microarray, por exemplo, permitem a detecção de alterações genéticas e biomarcadores específicos do câncer que trazem informações sobre o tumor, sua gravidade, prognósticos para o paciente e riscos para familiares.
Possuir mutação patogênica no gene BRCA1 ou no BRCA2 está associado a um risco aumentado de desenvolver câncer de mama e ovário em mulheres, enquanto em homens, a mesma mutação pode indicar um risco aumentado de câncer de próstata. A detecção precoce dessas mutações permite medidas preventivas, rastreamento mais frequente e até mesmo intervenções cirúrgicas para reduzir o risco.
Leia nosso artigo sobre a importância dos exames genéticos na prevenção do câncer.
Estadiamento do câncer: planejamento do tratamento
Após o diagnóstico, é essencial determinar o estágio do câncer. O estadiamento ajuda os médicos a entenderem a extensão da doença e a planejarem o tratamento mais adequado. Para isso, a análise anatomopatológica, bem como exames clínicos e de imagem podem ser de fundamental importância para que os médicos entendam sobre a localização, comportamento e prognóstico da doença.
A biopsia é primordial no diagnóstico do câncer, de modo que o exame histopatológico é padrão ouro e pode concluir uma suspeita clínica. O advento da biópsia líquida, permite analisar a genética do tumor de forma minimamente invasiva, apenas com uma coleta de sangue, por meio do DNA livre circulante (ctDNA), o que é muito importante nos casos em que há impossibilidade de acesso ao tumor sólido seja por condições clínicas do paciente ou por características específicas da neoplasia em questão.
Em conjunto com análises moleculares como a análise genética tumoral, a biopsia líquida pode determinar o comportamento do tumor e sua provável resposta a certos tratamentos. Por exemplo, a presença de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 em pacientes com câncer de mama e ovário pode indicar o uso de terapias direcionadas, como inibidores de PARP.
A imuno-histoquímica também é um diagnóstico complementar na classificação de tumores e, por vezes, na orientação a escolha terapêutica. A detecção da proteína HER2 em tumores de mama, por exemplo, pode indicar a elegibilidade do paciente para terapia com trastuzumabe.
Monitorização do tratamento: avaliando a eficácia terapêutica
Durante o tratamento do câncer, é muito importante monitorar a resposta do paciente à terapia. Exames periódicos ajudam a avaliar a eficácia do tratamento e a ajustar as abordagens terapêuticas conforme necessário.
Diversos exames podem ser aplicados em conjunto nesse momento. Além dos exames de imagem regulares, como a TC e a RM, que ajudam a visualizar mudanças no tamanho e na atividade metabólica do tumor em resposta ao tratamento, muito outros exames também são essenciais para acompanhar a resposta ao tratamento e na detecção precoce de possíveis recidivas, tais como:
- Biópsia líquida
- Imunofenotipagem por citometria de fluxo
- Análise de marcadores tumorais sanguíneos
- CEA (Antígeno Carcinoembrionário)
- CA-125
- PSA (Antígeno Prostático Específico)
- CA 15-3
- CA 27-29
- AFP (Alfa-fetoproteína)
Os exames são a espinha dorsal do manejo eficaz do câncer. A falta de um exame ou o atraso na sua realização pode impactar gravemente a saúde do paciente. Por isso, é importante contar com um laboratório que ofereça exames oncológicos precisos e com rapidez.
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REFERÊNCIAS
- Câncer deve ser a primeira causa de mortes no País até 2030, diz observatório de oncologia - Notícias. Portal da Câmara dos Deputados. 2023.
- Detecção precoce do Câncer. Ministério Da Saúde - Instituto Nacional De Câncer José Alencar Gomes Da Silva (INCA).